Páginas

Olá a todos..... Primeiramente obrigado pela visita ao blog, que possa contribuir de alguma maneira para o conhecimento de todos. Objetivo é falar um pouco de algumas patologias neurológicas e tratamentos fisioterapêuticos. Alguns texto foram retirado dá própria web. Toda críticas e elogios serão bem vindo! Obrigado, e boa leitura... "Conhecimento guardado é conhecimento morto"

Epilepsia - Convulsão





Definição
“Epilepsia é o desarranjo do SNC de forma súbita, excessiva e desorganizada devido a descargas desordenadas dos neurônios cerebrais”.
Ocorre uma desorganização elétrica em qualquer local do cérebro, como a região frontal, giro pré-central e o lobo parietal.
Em outras palavras: A epilepsia é uma doença que resulta de picos de sinais elétricos dentro do cérebro, causando convulsões recorrentes. Uma convulsão é definida como uma anormal e desordenada descarga de células nervosas do cérebro, resultando em uma perturbação temporária de funções motoras, sensoriais, ou mentaL


Definição de Convulsão: intenso paroxismo de contraturas musculares involuntárias.

Incidência
à Taxa de ocorrência de casos novos em uma população definida
ü  24:100.000 = Eslovênia;
ü  190:100.000 = Equador;
ü  570:100.000 = Reino Unido (incluindo crises febris abaixo de 10 anos).

Prevalência
ü  Número de todos os casos de uma doença em uma população definida.
ü  Prevalência no Brasil: 13,3 a 16,5:1.000 habitantes.

Taxa de recorrência
ü  67% recorrem em até 1 anos e 78% recorrem em 3 anos.

Classificação das Epilepsias segundo a Liga Internacional Contra a Epilepsia (Dados Clínicos e Eletroencefalográficos).
Primeiramente, pode ser dividido em crise epiléptica convulsiva e não convulsiva (como a crise de ausência). 
Nas crises epilépticas há monotonia dos sintomas (sintomas iguais, com crises iguais) e persistência das crises (elas se repetem). Pode haver relaxamento dos esfíncteres, aumento da salivação.

I. Crises Parciais
A. Crises Parciais simples à a consciência se encontra preservada durante toda a crise.
Ø  Consciência preservada
Ø  Com sintomas motores
·   Crises motoras focais à apenas crises dos braços (movimentação dos braços).
·   Versivas com versão da cabeça à principalmente em pacientes idosos. Ocorre contratura da musculatura cervical, com versão dos olhos, com repetição constante destas crises.
·   Somatossensoriais ou sensoriais especiais (alucinações simples, parestesias e clarões). Paciente vê vultos, pessoas mortas andando.
Ø  Com sintomas e sinais autonômicos
·         Rubor
·         Palidez
·         Sensação epigástrica
·         Sudorese
Ø  Com sintomas psíquicos
·         Déjà vu: paciente tem a sensação de já ter visto aquela cena.
·         Estado de sonhos
·         Ilusões ou alucinações estruturadas

B. Crises Parciais Complexas à o paciente ou não se lembra das crises ou lembra mal. Paciente pode iniciar com crises simples e evoluir para as complexas. Pode ter sincopes, parada cardio-respiratória, cianose.
Ø  Consciência comprometida
Ø  Possui início com crise parcial simples, evoluindo com comprometimento da consciência.
Ø  Com comprometimento da consciência desde o início.

C. Crises Parciais Simples ou Complexas
Ø  Evoluindo para crises generalizadas.

II. Crises Generalizadas
A.   Crises de Ausência
B.   Crises Clônicas
C.   Crises Mioclônicas
D.   Crises Tônicas
E.   Crises Atônicas
F.    Crises Tônico-Clônicas

Como atender um paciente com convulsões
Deve-se segurar o paciente por trás e virar o pescoço para o lado esquerdo, diminuindo assim o risco de broncoaspiração.

O que fazer
  • Manter-se calmo
  • Posicionar a pessoa de lado
  • Apoiar a cabeça
  • Afastar os objetos e as pessoas
  • Acalmar os observadores
  • Aguardar o término da crise
  • Orientar o paciente após a crise
O que NÃO fazer
  • Se apavorar
  • Colocar objetos ou a mão na boca da pessoa
  • Tentar “desenrolar a língua”
  • Sacudir
  • Dar líquidos
  • Aplicar substâncias ou álcool no corpo da pessoa


Diagnóstico Diferencial
Crises Parciais Simples
Ø  Ataque isquêmico transitório
Ø  Enxaqueca: apresenta-se com dor, diminuição da consciência e vômitos.
Ø  Hiperventilação – com alcalose respiratória
Ø  Tiques
Ø  Mioclonias
Ø  Espasmos hemifaciais: aneurisma sobre o nervo facial, com espasmos que seguem o batimento cardíaco.

Crises Parciais Complexas
Ø  Sincope
Ø  Ataque isquêmico transitório
Ø  Enxaqueca
Ø  Distúrbios do sono
Ø  Crises não epilépticas: psiquiátrico à geralmente com contratura da pálpebra, fechando os olhos, o que geralmente não ocorre nas epilepsias, onde os olhos se mantém abertos.
Ø  Narcolepsia
Ø  Desordens metabólicas
Ø  Amnésia global transitória

Crises tônico-clônicas e crises atônicas
Ø  Sincope
Ø  Doença cerebrovascular
Ø  Enxaqueca da artéria basilar
Ø  Crises não epilépticas
Ø  Hiperventilação

Características Clínicas
Epilepsias do lobo temporal
60% das crises parciais complexas
Córtex amigdalo-temporal
Córtex temporal lateral

Parciais simples
Parciais complexas
Parciais complexas com generalização secundária

Sintomas epigástricos, límbicos, autonômicos (palidez, midríase, taquicardia e sudorese), olfatórios e gustativos. Nos sintomas epigástricos há dor epigástrica, com náuseas e premonição “de que coisas ruins estão para acontecer”.

Crises tônico-clônico: a tonicidade diz respeito a rigidez da musculatura, enquanto que a parte clônica são a clonia dos músculos, ou seja, movimento repetitivos.
Crise atônica: geralmente em crianças, perda total da tonicidade muscular. Perda súbita da consciência, com quedas e necrose cerebral progressiva e diminuição do estado cognitivo.
à Através do Giro do cíngulo a crise pode passar de um hemisfério para o outro.
à 67% recorrem em até 1 ano.
à As crises que duram mais que 20 minutos levam a destruição neural.
à Grande parte dos epilépticos tem historia prévia de parto complicado.

Etiologia

Existem muitos tipos de convulsões, dependendo principalmente de que parte do cérebro está envolvido. O termo epilepsia não diz nada sobre o tipo de crise ou causa da crise, só que as crises acontecem novamente e novamente. A definição mais rigorosa do termo exige que as crises não tenham causa conhecida subjacente. Isso também pode ser chamado de epilepsia primária ou idiopática.
As pessoas saudáveis ??podem ter convulsões em certas circunstâncias. Se as convulsões têm uma causa conhecida, a condição é referida como a epilepsia secundária ou sintomática. Algumas das causas mais comuns incluem: tumor, desequilíbrio químico, tais como baixo açúcar no sangue ou de sódio, lesões na cabeça, certas substâncias químicas tóxicas ou abuso de drogas, abstinência do álcool, hemorragia incluindo acidente vascular cerebral, traumatismos do nascimento.
Outras causas:

ü  Esclerose mesial temporal
ü  Displasia cortical
ü  MAVs e cavernomas
ü  Tumores
ü  Pós trauma
ü  Desmielinização

Patofisiologia da esclerose mesial temporal
Sommer, em 1880, descreveu a perda neuronal seletiva em uma das pirâmides do hipocampo. A maioria da perda celular na esclerose hipocampal ocorre em dois dos três campos de células piramidais, H1 e H2, enquanto que a H3 é preservada.
As crises por si, podem causar dano às células hipocampais através de mecanismos de hipóxia e hiperexitação, com a liberação de neurotransmissores como o glutamato, que pode ser tóxico em concentrações elevadas. As células H3 são as mais excitáveis devido ao seu papel de marca passo.
Outra possibilidade é a isquemia que pode levar a uma perda retardada e seletiva de H1.

Epilepsias do lobo frontal
ü  Representa 10 a 15% das crises parciais complexas
ü  Perda abrupta da consciência com crise secundariamente generalizada.
ü  Perda da consciência com contra versão dos olhos (os olhos “fogem” do local em que está ocorrendo a crise – vão para o lado contrário ao da crise) e algumas vezes de todo o corpo, seguida de crise secundariamente generalizada.
ü  Contra versão dos olhos e da cabeça com preservação da consciência, sem generalização secundária.
ü  Postura anormal estranha inicial, com elevação dos braços ou extensão de uma ou ambas as pernas.
ü  Geralmente a crise dura poucos segundos.
ü  Auras que podem acometer 50% dos pacientes e podem ser somatossensoriais e epigástricas.
ü  Automatismos vagos e confusão.
ü  Pensamentos vagos descritos como perda de controle do processo de pensamento, resultando em pensamentos inadequados a situação.
ü  Paralisia de Todd pós convulsão: paralisia que pode durar segundos ou até mesmo dias após a crise convulsiva.

Etiologia
ü  Trauma
ü  AVC
ü  Tumor
ü  Infecções
ü  Fatores congênitos
Epilepsias dos lobos parietal e occipital
ü  Fenômenos sensoriais
ü  Parestesias
ü  Embotamento da visão e amaurose
ü  Dor
ü  Distúrbios sexuais

Etiologia
ü  Tumores que em 60% dos casos são parietais
ü  Displasias occipitais
ü  Neurofibromatose
ü  Gliose
ü  Mal formações congênitas.

Síndrome de West
Incidência de 1:2.400 a 1:7.800 nascidos vivos.
Surge no primeiro ano de vida
Espasmos em flexão, podendo ocorrer também em extensão.
Paciente nasce bem, mas quando cresce aparecem espasmos bucais à noite, com posterior aparecimento dos espasmos.

Etiologia
ü  30% são criptogênicos (não se sabe a causa)
ü  Esclerose tuberosa: dor intensa.
ü  Síndrome de Aicardi (mulheres com ausência de corpo caloso, corioretinite, espasmos infantis e retardo mental grave).
ü  Síndrome de Down
ü  Doenças metabólicas e degenerativas – leucodistrofias
ü  Síndrome de Alpers
ü  Fenilcetonúria.

ü  20% possuem recuperação completa, outros morrem entre 7 e 12 anos.
ü  75% dos sobreviventes têm retardo mental severo.
ü  50% têm crises na vida adulta.

Síndrome de Lenoux-Gastaut
É rara, 3% das epilepsias da infância. O pico de idade é de 3-5 anos e pode aparecer entre 1 a 10 anos. É mais comum em meninas. Abalos mioclônicos maciços, crises atônicas e tônico-clônicas podem ser vistas e estado de mal epiléptico é comum. É um estado de mal epiléptico repetitivo.

Etiologia
ü  Criptogênica
ü  Fenilcetonúria
ü  Lipofucinose ceróide
ü  Leucodistrofia

Tratamento (parte mais importante)

Quando um diagnóstico de convulsões ou epilepsia é feito, o médico irá discutir com o paciente ou a família do paciente sobre as melhores opções de tratamento. Se uma condição subjacente do cérebro está causando as convulsões, algumas vezes a cirurgia pode ser necessária. Se a epilepsia é diagnosticada (tendência em curso a ter convulsões), o médico irá prescrever medicamentos anti-epilépticos. Se as drogas não funcionam, a próxima opção pode ser a cirurgia, uma dieta especial ou estimulação do nervo vago.

Todo tratamaento tem que ser realizado por Médico, seja ele Emergêncista e logo encaminhado para um Neurologista.

EM CASO DE CRISE LEVAR IMEDIATAMENTE AO PRONTO SOCORRO.

Referência:

TRATAMENTO DE EPILEPSIA :Consenso dos Especialistas Brasileiros, Luiz Eduardo Betting, Eliane Kobayashi, Maria Augusta Montenegro, Li Li Min, Fernando Cendes, Marilisa M. Guerreiro, Carlos A.M. Guerreiro


MERRITT - TRATADO DE NEUROLOGIA - 12ª EDIÇÃO - 2011. ROLAND - GUANABARA KOOGAN

EPILEPSIAS GENERALIZADAS, ARTHUR CUKIERT - SEGMENTO FARMA

Fontes internet.



Nenhum comentário:

Postar um comentário